sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Petrobras e estatal da Venezuela selam acordo definitivo em obra que pode custar US$ 10 bi

UOL

RIO DE JANEIRO, 30 de outubro (Reuters) - A Petrobras informou à Comissão de Valores Mobilários nesta sexta-feira que concluiu as negociações com a estatal venezuelana de petróleo PDVSA para a constituição da empresa que irá construir e operar a Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.

Segundo o documento, a participação acionária será 60% da Petrobras e 40% da PDVSA, como anunciado anteriormente. A nota não explica se o acordo foi assinado.

O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, não compareceu ao evento de conclusão das negociações, realizadas durante visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Venezuela nesta sexta-feira.

Gabrielli, que já foi alvo de comentário público de Lula pela demora em assinar o acordo, enviou a diretora de Gás e Energia da Petrobras, Maria das Graças Foster, e o presidente da Abreu e Lima, Marcelino Gomes, para representar a empresa na viagem com o presidente. Gabrielli está em Tóquio.

A refinaria Abreu e Lima terá capacidade de processamento de 230 mil barris de petróleo pesado por dia, a ser fornecido em partes iguais pela Petrobras e PDVSA, e terá como principal produto óleo diesel com baixo teor de enxofre.

A Petrobras e PDVSA darão andamento aos procedimentos formais para a constituição da sociedade no Brasil, informou o documento.

O empreendimento, discutido desde o começo do governo Lula, vem sendo construído pela Petrobras sozinha, que informou já ter feito 15% da obra e que irá cobrar 400 milhões de dólares da Venezuela por trabalhos já realizados.

A previsão era de que a unidade fosse concluída em 2011, mas a Petrobras não informou no documento se o prazo será mantido.

O valor da obra era estimado inicialmente em US$ 4,5 bilhão, mas o preço está sendo revisto, e fontes próximas ao projeto estimam que poderá chegar a mais de US$ 10 bilhões.

A obra está sendo objeto da CPI da Petrobras, instalada no Congresso Nacional este ano.

No início do projeto, a Petrobras daria como contrapartida investir em exploração de petróleo e gás na Venezuela, o que foi arquivado pela estatal brasileira.

(Por Denise Luna; Edição de Roberto Samora)

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