GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília
Na tentativa de garantir a instalação da CPI do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) no Congresso antes do recesso parlamentar de dezembro, a oposição já indicou os parlamentares que vão integrar a comissão. DEM, PSDB e PPS terão direito a 13 das 36 vagas de titulares na comissão, enquanto os governistas vão ficar com ampla maioria durante as investigações.
O PSDB, último partido da oposição a escolher os integrantes da CPI, escolheu os deputados Bruno Araújo (PE) e Carlos Sampaio (SP) para titulares da comissão, enquanto os suplentes serão Alfredo Kaefer (PR) e Ruy Pauletti (RS). No Senado, o PSDB indicou o senador Álvaro Dias (PR) para titular da CPI, além dos senadores João Tenório (AL) e Flexa Ribeiro (PA) para as suplências.
O DEM já havia indicado parlamentares ligados à bancada ruralista para conduzir as investigações, assim como o PPS --que escolheu o deputado Moreira Mendes (RO) para a comissão. O partido também indicou o deputado César Silvestre (PPS-PR) como suplente.
Nos bastidores, o governo trabalha para retardar a instalação da CPI. A base aliada governista acredita que, se deixar a CPI para 2010, a comissão terá os trabalhos esvaziados em consequência da disputa eleitoral.
Pelo regimento do Congresso, não há prazo estabelecido para as indicações dos partidos às CPIs. Há, no entanto, jurisprudência do STF (Supremo Tribunal Federal) que o determina ao presidente do Congresso indicar os membros caso não sejam escolhidos pelos partidos no prazo de cinco sessões plenárias.
No caso da CPI da Petrobras, instalada este ano no Senado, a comissão demorou quase um mês para ser instalada diante da resistência da base aliada em indicar os seus integrantes.
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