O governo Lula, através da sua base de aliados no Senado, quer evitar que a CPI que investiga irregularidades na Petrobras chegue a 2010. Nos bastidores, o relator da CPI, Romero Jucá (PMDB-RR), trabalha para encerrar os trabalhos em dezembro.
O prazo de encerramento da CPI expira apenas em março mas se tudo sair como o governo planeja, a fase propositiva da comissão, quando os depoentes são chamados apenas para sugerir correções, pode ser antecipada em 90 dias. "Isso vai atropelar a fase investigativa que é o que eles querem", acusa o senador Alvaro Dias (PSDB-PR), autor do requerimento de instalação da CPI que começou a funcionar em julho passado.
Para o senador, o governo já não esconde a "operação abafa" que montou com o objetivo de enfraquecer as investigações. "Ontem (14) cancelaram uma reunião que faríamos para redefinir métodos de trabalho da CPI. Reunião que foi pedida pelos parlamentares do PSDB que fazem parte da comissão. Não informaram os motivos do cancelamento", lamentou.
Mesmo controlada pelos aliados do governo, a CPI conseguiu aprofundar detalhes a respeito das irregularidades na obra da refinaria Abreu e Lima (PE) cujos custos passaram de US$ 4 bilhões para US$ 12 bilhões. Senadores da oposição também denunciarm o esquema de patrocínio da estatal que privilegia intermediários, é pouco controlado e sujeito a fraudes. "A Petrobras deveria saber disso", chegou a comentar o senador Sérgio Guerra (PSDB-PE).